Na verdade, este blog nasceu da necessidade de postar um diário começado em 2005, quando fomos comemorar o aniversário do Tarcísio.
Fizemos uma viagem estupenda! Andamos no coração, ou melhor, nas entranhas do Brasil.
Bebemos café e proseamos ao pé do fogão à lenha.Conhecemos artresãos criativos e artistas plásticos premiados, como a Miriam Possa, onde comprei uma namoradeira, a famosa Sandrinha que hoje, cuida do ateliê. Fica na janela, marcando presença!Artistas como o Edney, em Ouro Preto e a Paula Lima, em Mariana.
Lavei a alma, conheci melhor o povo mineiro, que tanto amo!!
Chegando em Prados, conheci o Gabriel e a Raquel, mãe e filho, que trabalham com cerâmica.O Gabriel, ao me ver disse : "sabia que você era artista", Coisas impagáveis, papos geniais.E as pousadas? lugares extremamente acolhedores, onde o frigobar é controlado pelo cliente.Em Rezende Costa a magia do tear transformar fio em tecido...
A nossa passagem por Bichinho ( Vitoriano Veloso ) foi especial...quase todas as cidades estavam em festa! Louvor a Nossa Senhora da Penha de França.
O primeiro momento emocionate desta viagem foi chegar em Mariana e ver os quatro monumentos em uma "praça" e de repente, mergulhar no passado! Os ateliês pequenos e discretos segeum a linha arquitetônica, sem "macular" a paisagem.
O segundo momento, foi a visita ao Museu do oratório, em Ouro Preto - percorri aqueles 3 andares rezando e saí em "estado de graça"!
O Museu, instalado na casa da antiga Arquidiocese se apresentava, na época, assim:
1. oratórios itinerantes, de viajantes, esmoleres, com a finalidade de proteger seus usuários de um animal selvagem, uma tribo indígena ou qualquer espécie de malfeitor.
2. oratórios ermida, construídos em casas coloniais, como capelas, onde se celebravam os batismos e casamentos, com a permissão da Igreja. Outros menores, muitos, feitos pelos escravos.
3. Oratórios mais requintados, assinados por artistas famosos da época.
Chegamos a Tiradentes, que nos encantou pelo conjunto arquitetônico. Casas, ruas , igrejas, tudo tão harmônico que a cidade também é conhecida como "Cidade Presépio".
O tamanho das pedras do calçamento faz-nos pensar que tudo foi construído por verdadeiros artesãos.
À tarde de sábado reservava o quarto momento de delícias...fomos ver a Maria Fumaça ( ou a Smoke Mary , que perde todo o charme , na tradução).
Quando menina, passava perto da minha casa, na 28 e Março, em Campos dos Goytacazes, uma, ( ou mais, com certeza ) , Maria Fumaça, carregando cana-de-açúcar, melaço e gente!!
Nunca consegui viajar na Maria Fumaça...mais tarde, fiz uma viagem de Campos ao Rio num vagão dormitório, com minha mãe e uma amiga dela. Depois, trem e metrô, ainda no Rio.
O contato com a Maria Fumaça foi, mais uma vez adiado. Como foi lindo vê-la apitar...resfolegar...e ela veio: " café com pão...café com pão...café com pão..." reproduzindo a onomatopéia que o escritor pernambucano, Manuel Bandeira , criou para o barulhinho do trem... ela passou e crianças nos acenavam. Por um segundo vivi na magia da infância.
A viagem foi perfeita... e resultou em tantas outras, que a cada ano fazemos renovando as energias, nos reciclando e alimentando a criatividade com a arte e o encanto dos ateliês mineiros.
Beijos
Beijos
Cláudia André
3 comentários:
Cláudia, vc não é só uma artista, é uma poetisa tb!
Amei e me deliciei lendo teu relato, me senti junto com vc, vivenciando todas as emoções!!
bjs
Edir
Amiga, eu também mergulhei nesse seu caminho.... é um passeio que tenho muita vontade de fazer. Espero que esteja aproveitando e curtindo bem suas férias. Beijocas.
Oi querida,
Amei o "Caderno", não conhecia...
que peninha!
Ai, eu andei de maria Fumaça , que boa lembrança,café com pão, manteiga não...
Delícia ler seus escritos,
bjus
Ivone
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